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 Uma trajetória que segue em família

Quando Edison Yoshikawa chega todos os dias pela manhã a seu escritório na Artabas, está cumprindo uma rotina repetida com convicção e empenho desde 1974. Foi naqueles anos efervescentes do desenvolvimento das granjas de Bastos que ele mudou-se da Capital São Paulo para a Capital do Ovo, com sua jovem esposa Dulce. Seguia para o Oeste Paulista a pedido do pai, Nobuo Yoshikawa, para dar prosseguimento aos negócios iniciados pelo fundador da fábrica de criadeiras de arames para aviários.

A empresa Artabas – Artefatos de Arame Bastos – que nascera informalmente em 1961, num fundo de quintal de uma casa no centro de Bastos, era já um sucesso crescente e, formalizada desde 1967, acabara de mudar-se para o Distrito Industrial, o mesmo que, anos depois, seria batizado com o nome do pioneiro Nobuo Yoshikawa.

A Artabas em expansão na década de 1970 exigia uma energia que, adoecido, Nobuo Yoshikawa já não tinha disponível. O filho Edison atendeu ao desafio, ainda que sacrificando uma carreira recém-iniciada em São Paulo. Um admirador da inteligência e versatilidade do pai, Edison arregaçou as mangas para levar à frente a empresa forjada com sonho e muito trabalho.

Sob seu comando, a Artabas não só prosseguiu crescendo e ampliando o catálogo de produtos, como também modernizou-se estrutural e conceitualmente. Modernizou-se na visão comercial e em suas decisões estratégicas, e hoje integra um importante acordo societário com uma das maiores fabricantes de equipamentos para a avicultura, a italiana Facco, uma das maiores empresas de equipamentos para granja de postura do mundo.

“Desde os anos 1980, quando começamos a trabalhar com multinacionais, como a alemã Lubing, fornecedora de acessórios para aviários que montávamos, percebi a força e a importância de uma parceria comercial com empresas internacionais. Entendi que esse seria um caminho futuro para a Artabas trilhar com o objetivo de continuar crescendo no competitivo mundo globalizado”, relembra Edison.

Nos anos 1990 ele firmou dois bons acordos com multinacionais, como a belga Roxell e a americana Chore Time, duas experiências ricas em aprendizado, que trouxeram contornos diferenciados para o trabalho da Artabas no Brasil.

Assim, não foi com ares de ineditismo que a direção da empresa bastense iniciou conversas com a Facco, agora nos moldes do século 21. Esse encontro trazia dois importantes ingredientes: a empatia, sem a qual ninguém se associa com sucesso, e o respeito da Facco à história da Artabas, construída com dedicação e comprometimento num mercado já consolidado pela empresa bastense.

Havia mais, naturalmente, a promover esse bom encontro: ambas são empresas familiares e com uma cultura arraigada na tradição de produzir com qualidade, fazendo desse trabalho uma força para atender mercados variados. O resultado é que em pouco mais de um ano as duas organizações estavam unidas no Brasil e anunciaram a parceria ao mercado brasileiro durante a Festa do Ovo de 2013, quando o tradicionalíssimo estande da empresa bastense ostentou pela primeira vez a marca Facco ao lado da Artabas.

De lá para cá, Artabas e Facco estão unidas no Brasil, com a Artabas fortalecida pelo capital e portfólio da Facco. A empresa bastense é acompanhada de perto por seus sócios italianos, mas continua sob o comando da Família Yoshikawa. “Somos empresas familiares, nós e a Facco, e nos reconhecemos e nos respeitamos muito bem com essa característica”, salienta Edison Yoshikawa, destacando a importância de haver um propósito em comum para que a união societária colha frutos. “Talvez em nosso plano antigo de nos unirmos a uma parceria internacional faltasse justamente esses conceitos que hoje sedimentam nossa união com a Facco”, avalia o diretor presidente da Artabas. A cultura empresarial da Artabas encontrou respeito no perfil também familiar da italiana Família Finco, proprietária da Facco. “Quando nos conhecemos na Itália, no início das negociações, houve uma empatia muito grande, o que nos deu suporte para prosseguir com o plano, que agora sabemos ser um sucesso”.

Edison, que desde sempre contou com o trabalho aguerrido da esposa Dulce Sacramento Yoshikawa, e que nos últimos anos passou a ter os filhos Leandro e Leonardo atuando junto na fábrica e na granja da família, respectivamente, não esconde a alegria de anunciar que a filha mais velha, também está integrando a equipe de trabalho que se mantém ao seu lado.

Formada em comércio exterior e com experiência na área, Ana Paula fez o caminho de volta à Bastos, como seu pai fez, há mais de 40 anos, para auxiliar o criador da Artabas, Nobuo Yoshikawa. Neste momento especial da empresa, também há um clima de desafio, como no passado, agora com o olhar voltado ainda mais para a expansão brasileira e internacional.

                                                              

O legado de Nobuo


Nobuo Yoshikawa era um homem forjado pelo desafio. Tinha apenas 17 anos quando emigrou do Japão e chegou ao Brasil. Corria o ano de 1929. O jovem Nobuo chegou a um país mergulhado em crise, alquebrado pelo crack da Bolsa de Nova Iorque – que provocou crise no mundo todo -, e foi direto para o trabalho na roça, o que não durou muito. Em um ano já estava na capital São Paulo, onde atuou como tintureiro e vendedor, pois seu espírito era urbano, inventivo e inquieto.  Simpático e expansivo, dominava bem a arte das vendas, atento às oportunidades do mercado, num país com tantas carências. Já corria os anos 1950 quando descobriu as vendas de pintainhas para granjas. Começou pelo cinturão verde de São Paulo e não demorou a descobrir as colônias japonesas do Centro-Oeste Paulista, Paraná e Mato Grosso, que davam os primeiros passos na produção de ovos.

Logo uma cidade ficou muito importante no roteiro de Nobuo: a pequena e produtiva Bastos, que mais tarde ganharia o honroso título de Capital do Ovo. Ele chegava com sua Kombi lotada de pintainhas e fazia em Bastos suas maiores vendas. Como bom vendedor, Nobuo procurava conhecer seu produto e passou a ler sobre a criação de aves, e com isso conseguia orientar os granjeiros quando algum problema surgia. A avicultura era ainda muito rústica, com muitas aves criadas no chão ou em criadeiras de madeira. Quando começaram a surgir criadeiras de arame, Nobuo passou a vendê-las, comprando de uma fábrica de Bragança Paulista. Aprendeu a instalar e consertar criadeiras, e para isso montou uma pequena oficina, que tempos depois, ele transformou em uma fábrica. Nessa época, levou para Bastos dois técnicos, um deles Maurício Magiolini, que está com a Família Yoshikawa até hoje, como sócio da empresa. 

A energia incansável de Nobuo e seu carisma agregador fincaram raízes fortes em Bastos, e ele se mudou definitivamente para a Capital do Ovo com sua querida esposa Dora. Nascia, assim, a Artabas, a jornada mais próspera e inventiva desse imigrante destemido e cheio de ideias. Com uma presença atuante e respeitada na sociedade bastense, ele estará para sempre na memória da comunidade da Capital do Ovo, faz parte de sua história. Assim como faz parte da história da avicultura brasileira, a quem deixou um enorme legado.


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